sábado, 23 de janeiro de 2010

O Haiti não é aqui

Uma das coisas que mais entristecem é quando uma tragédia vira moda. O Haiti há anos tem sido vítima de uma elite branca e mesmo cruel, uma maioria de descendentes de escravos paupérrima e, só para piorar, ainda se localiza em uma ilha sujeita a terremotos e furacões frequentes. De repente virou o queridinho da mídia, isso até surgir outra tragédia maior ou algum escândalo de uma celebridade. Não que o ocorrido nesse pequeno país seja irrelavante. Pelo contrário, é muitíssimo relevante. Tanto que não deveria merecer apenas os 15 minutos de fama.

Por outro lado, o Haiti é vizinho da Costa Rica, um país-balneário frequentado por americanos ricos (até a década de 1950 era Cuba) e onde há uma base militar americana. O famoso caso do primo rico, primo pobre. Nunca ninguém olhou para o Haiti, mesmo com todos os avisos de alguns países e entidades humanitárias, incluindo o Brasil, como um lugar que precisava de ajuda. Afinal, não tem petróleo ou outros recursos naturais para serem explorados. Além disso, até países africanos frequentam mais os noticiários - sempre com desgraças lógico - do que esta metade de ilha.

Juntando-se a isso, a elite do país nutre um desrespeito e desprezo ainda maior do que outros países de terceiro mundo em relação a seu próprio povo. Fato comprovado pelo video gravado pelo SBT, visto abaixo.



Como acontece com muitas notícias, principalmente quando criadas por homens públicos que não medem suas palavras, a desculpa posterior de nada vale diante da gravidade do fato. Não há desculpas que consigam apagar o menosprezo pela dignidade do outro, como mostra a entrevista do cônsul. A única coisa que poderia talvez recuperar um pouco desta dignidade seria a demissão sumária de tal sujeito e uma vontade política não só de reconstruir o país em termos materiais, mas também uma reconstrução política. E isso só acontece com compaixão e respeito por aqueles que sofrem.

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sábado, 23 de janeiro de 2010

O Haiti não é aqui

Uma das coisas que mais entristecem é quando uma tragédia vira moda. O Haiti há anos tem sido vítima de uma elite branca e mesmo cruel, uma maioria de descendentes de escravos paupérrima e, só para piorar, ainda se localiza em uma ilha sujeita a terremotos e furacões frequentes. De repente virou o queridinho da mídia, isso até surgir outra tragédia maior ou algum escândalo de uma celebridade. Não que o ocorrido nesse pequeno país seja irrelavante. Pelo contrário, é muitíssimo relevante. Tanto que não deveria merecer apenas os 15 minutos de fama.

Por outro lado, o Haiti é vizinho da Costa Rica, um país-balneário frequentado por americanos ricos (até a década de 1950 era Cuba) e onde há uma base militar americana. O famoso caso do primo rico, primo pobre. Nunca ninguém olhou para o Haiti, mesmo com todos os avisos de alguns países e entidades humanitárias, incluindo o Brasil, como um lugar que precisava de ajuda. Afinal, não tem petróleo ou outros recursos naturais para serem explorados. Além disso, até países africanos frequentam mais os noticiários - sempre com desgraças lógico - do que esta metade de ilha.

Juntando-se a isso, a elite do país nutre um desrespeito e desprezo ainda maior do que outros países de terceiro mundo em relação a seu próprio povo. Fato comprovado pelo video gravado pelo SBT, visto abaixo.



Como acontece com muitas notícias, principalmente quando criadas por homens públicos que não medem suas palavras, a desculpa posterior de nada vale diante da gravidade do fato. Não há desculpas que consigam apagar o menosprezo pela dignidade do outro, como mostra a entrevista do cônsul. A única coisa que poderia talvez recuperar um pouco desta dignidade seria a demissão sumária de tal sujeito e uma vontade política não só de reconstruir o país em termos materiais, mas também uma reconstrução política. E isso só acontece com compaixão e respeito por aqueles que sofrem.

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