Hoje tive uma notícia que me deixou muito triste. A totalidade dos 200 mil reais aprovados pela FINEP para a UERN vai ser destinada às ciências naturais. Nem sequer um tostão desse dinheiro será aplicado na melhoria e no fomento de pesquisa na área de ciências humanas. Provavelmente o restante dos recursos do orçamento da universidade, que não seja para pagar pessoal, irá em sua grandissíssima maioria para essas áreas também.
Diante desse quadro e das condições de trabalho que, principalmente, os professores dos cursos da FAFIC têm enfrentado, estou bastante desanimada e mesmo deprimida com o trabalho na UERN. Para nós das ciências humanas, parece que quanto mais se trabalha menos se recebe de volta. É revoltante doutores que não têm sequer uma sala para atender alunos, para estudar e desenvolver suas pesquisas. Não podemos trabalhar nem sequer com documentários, porque temos que ficar mendigando uma sala com DVD em outros departamentos ou trazer o nosso próprio de casa. Não existem livros, equipamentos mínimos e nem mesmo salas de aula suficientes. Estamos com uma biblioteca sucateada e ainda se dá a desculpa de que devemos utilizar os livros existentes e disponíveis na Biblioteca Central. Ora, nós temos que dar aulas com o melhor disponível. E não ficar eternamente nivelando por baixo. Muitos estão sobrecarregados em aulas de graduação, cuja qualidade dos alunos diminui bastante a possibilidade de crescimento teórico-metodológico e profissional.
Acho uma vergonha também que se tenha que ocupar "cargos" para se ter algum aumento salarial, prejudicando assim a verdadeira tarefa do pesquisador.
Conversando com Fernanda há algumas semanas , levantamos a possibilidade das áreas de Ciências Sociais, Serviço Social e Educação pensarem na possibilidade de se criar conjuntamente uma pós-graduação stricto sensu, já que não temos doutores suficientes para os cursos independentes, pelo menos nas duas primeiras áreas citadas.
Ficou de agendarmos uma reunião com as pessoas interessadas para pensarmos em temáticas em comum sobre a qual pudéssemos construir um APCN. Eu proponho que seja em uma quinta-feira, de preferência amanhã ou no mais tardar dia 03/08/2006, a tarde. Gostaria de receber contra-propostas de data o mais rápido possível.
Gostaria de deixar claro também que esta proposta tem que ser construída e elaborada pelos professores interessados e não ficar a cargo de nenhuma pró-reitoria. Somos nós que temos que criar e somos nós que temos que gerir. A PROPEG é apenas um intermediário entre nós e a CAPES. Gostaria que fôssemos pensando também em nomes, com experiência na criação de cursos de pós-graduação stricto sensu, que nos pudessem assessorar para o encaminhamento de uma proposta de qualidade.
Temos também que fazer uma espécie de planejamento para o aumento do número das nossas publicações, pois temos concorrido, com enorme desvantagem, com os doutores das ciências naturais que são em maior número e também que parecem produzir artigos em série.
Espero que marquemos logo essa reunião, pois eu gostaria de ter outras pessoas para compartilhar algumas angústias e procurar alternativas para, pelo menos, minorá-las.
Esta é a versão 2.0 do blog, onde posso compartilhar as coisas que eu gosto. Divertir-me um pouco no meio da seriedade do cotidiano. Aqui vou me permitir falar bobagens, ou coisas sérias, comentar, opinar... A qualquer pessoa é permitido expressar opiniões e enriquecer esse espaço e colaborar para o nosso crescimento.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
sábado, 23 de janeiro de 2010
Caixão e vela preta: A MORTE DAS CIÊNCIAS HUMANAS NA UERN
Hoje tive uma notícia que me deixou muito triste. A totalidade dos 200 mil reais aprovados pela FINEP para a UERN vai ser destinada às ciências naturais. Nem sequer um tostão desse dinheiro será aplicado na melhoria e no fomento de pesquisa na área de ciências humanas. Provavelmente o restante dos recursos do orçamento da universidade, que não seja para pagar pessoal, irá em sua grandissíssima maioria para essas áreas também.
Diante desse quadro e das condições de trabalho que, principalmente, os professores dos cursos da FAFIC têm enfrentado, estou bastante desanimada e mesmo deprimida com o trabalho na UERN. Para nós das ciências humanas, parece que quanto mais se trabalha menos se recebe de volta. É revoltante doutores que não têm sequer uma sala para atender alunos, para estudar e desenvolver suas pesquisas. Não podemos trabalhar nem sequer com documentários, porque temos que ficar mendigando uma sala com DVD em outros departamentos ou trazer o nosso próprio de casa. Não existem livros, equipamentos mínimos e nem mesmo salas de aula suficientes. Estamos com uma biblioteca sucateada e ainda se dá a desculpa de que devemos utilizar os livros existentes e disponíveis na Biblioteca Central. Ora, nós temos que dar aulas com o melhor disponível. E não ficar eternamente nivelando por baixo. Muitos estão sobrecarregados em aulas de graduação, cuja qualidade dos alunos diminui bastante a possibilidade de crescimento teórico-metodológico e profissional.
Acho uma vergonha também que se tenha que ocupar "cargos" para se ter algum aumento salarial, prejudicando assim a verdadeira tarefa do pesquisador.
Conversando com Fernanda há algumas semanas , levantamos a possibilidade das áreas de Ciências Sociais, Serviço Social e Educação pensarem na possibilidade de se criar conjuntamente uma pós-graduação stricto sensu, já que não temos doutores suficientes para os cursos independentes, pelo menos nas duas primeiras áreas citadas.
Ficou de agendarmos uma reunião com as pessoas interessadas para pensarmos em temáticas em comum sobre a qual pudéssemos construir um APCN. Eu proponho que seja em uma quinta-feira, de preferência amanhã ou no mais tardar dia 03/08/2006, a tarde. Gostaria de receber contra-propostas de data o mais rápido possível.
Gostaria de deixar claro também que esta proposta tem que ser construída e elaborada pelos professores interessados e não ficar a cargo de nenhuma pró-reitoria. Somos nós que temos que criar e somos nós que temos que gerir. A PROPEG é apenas um intermediário entre nós e a CAPES. Gostaria que fôssemos pensando também em nomes, com experiência na criação de cursos de pós-graduação stricto sensu, que nos pudessem assessorar para o encaminhamento de uma proposta de qualidade.
Temos também que fazer uma espécie de planejamento para o aumento do número das nossas publicações, pois temos concorrido, com enorme desvantagem, com os doutores das ciências naturais que são em maior número e também que parecem produzir artigos em série.
Espero que marquemos logo essa reunião, pois eu gostaria de ter outras pessoas para compartilhar algumas angústias e procurar alternativas para, pelo menos, minorá-las.
Diante desse quadro e das condições de trabalho que, principalmente, os professores dos cursos da FAFIC têm enfrentado, estou bastante desanimada e mesmo deprimida com o trabalho na UERN. Para nós das ciências humanas, parece que quanto mais se trabalha menos se recebe de volta. É revoltante doutores que não têm sequer uma sala para atender alunos, para estudar e desenvolver suas pesquisas. Não podemos trabalhar nem sequer com documentários, porque temos que ficar mendigando uma sala com DVD em outros departamentos ou trazer o nosso próprio de casa. Não existem livros, equipamentos mínimos e nem mesmo salas de aula suficientes. Estamos com uma biblioteca sucateada e ainda se dá a desculpa de que devemos utilizar os livros existentes e disponíveis na Biblioteca Central. Ora, nós temos que dar aulas com o melhor disponível. E não ficar eternamente nivelando por baixo. Muitos estão sobrecarregados em aulas de graduação, cuja qualidade dos alunos diminui bastante a possibilidade de crescimento teórico-metodológico e profissional.
Acho uma vergonha também que se tenha que ocupar "cargos" para se ter algum aumento salarial, prejudicando assim a verdadeira tarefa do pesquisador.
Conversando com Fernanda há algumas semanas , levantamos a possibilidade das áreas de Ciências Sociais, Serviço Social e Educação pensarem na possibilidade de se criar conjuntamente uma pós-graduação stricto sensu, já que não temos doutores suficientes para os cursos independentes, pelo menos nas duas primeiras áreas citadas.
Ficou de agendarmos uma reunião com as pessoas interessadas para pensarmos em temáticas em comum sobre a qual pudéssemos construir um APCN. Eu proponho que seja em uma quinta-feira, de preferência amanhã ou no mais tardar dia 03/08/2006, a tarde. Gostaria de receber contra-propostas de data o mais rápido possível.
Gostaria de deixar claro também que esta proposta tem que ser construída e elaborada pelos professores interessados e não ficar a cargo de nenhuma pró-reitoria. Somos nós que temos que criar e somos nós que temos que gerir. A PROPEG é apenas um intermediário entre nós e a CAPES. Gostaria que fôssemos pensando também em nomes, com experiência na criação de cursos de pós-graduação stricto sensu, que nos pudessem assessorar para o encaminhamento de uma proposta de qualidade.
Temos também que fazer uma espécie de planejamento para o aumento do número das nossas publicações, pois temos concorrido, com enorme desvantagem, com os doutores das ciências naturais que são em maior número e também que parecem produzir artigos em série.
Espero que marquemos logo essa reunião, pois eu gostaria de ter outras pessoas para compartilhar algumas angústias e procurar alternativas para, pelo menos, minorá-las.
Um comentário:
O descaso com as ciências humanas não é "próprio" da UERN. Na verdade, esse descaso é social. A realidade da ciência humana mudou, sim, e tem melhorado, mas é uma melhora lenta. Na cabeça das pessoas, a ciência natural ainda é a verdadeira ciência e a ciência humana é só especulação. É coisa de quem não consegue entender física e química.
ResponderExcluir
É triste, mas é isso.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
O descaso com as ciências humanas não é "próprio" da UERN. Na verdade, esse descaso é social. A realidade da ciência humana mudou, sim, e tem melhorado, mas é uma melhora lenta. Na cabeça das pessoas, a ciência natural ainda é a verdadeira ciência e a ciência humana é só especulação. É coisa de quem não consegue entender física e química.
ResponderExcluirÉ triste, mas é isso.